A TARJA surge do desafio de repensar o tema “negócios” a partir de uma perspectiva menos óbvia. Em vez de focar grandes corporações, a revista volta o olhar aos “negócios paralelos”, atividades estigmatizadas, invisíveis ao discurso oficial, mas que movem fortunas e atravessam o cotidiano. A primeira edição investiga prostituição e pornografia com profundidade e responsabilidade, afastando-se do sensacionalismo. O conceito nasce da tensão entre censura e revelação. A tarja, tradicionalmente usada para ocultar, aqui se inverte: o vazio dentro do logotipo funciona como janela, permitindo que imagens e narrativas apareçam por trás da palavra. O projeto assume essa ambiguidade como eixo, explorando a fricção entre o que é escondido e o que precisa ser exposto. A identidade visual combina grids rígidos com elementos gráficos brutos, evocando a atmosfera caótica, clandestina e contraditória desses mercados. O “olho” aplicado nos parágrafos atua como mini-tarja, interrompendo o fluxo para revelar camadas de leitura.